É mais do que frequente que em caso de divórcio a custódia dos filhos fique entregue à progenitora. O pai divorciado é sempre quem sai de casa, quem vê os filhos apenas em fins-de-semana alternados e quem mais sofre com a situação.
O papel do pai divorciado
Em relação às crianças, crescem sem a imagem masculina do pai, porque mesmo um padrasto raramente terá o mesmo amor de um pai pelos filhos (embora muitos padrastos assumam um papel mais valioso que o de pai).
E por muito que a nossa cultura masculinizada diga que o homem é mais forte neste tipo de sentimentos, a separação de um ser que ajudou a criar e que é um pouco de si mesmo apenas pode ser encarada com leveza por quem nunca teve qualquer tipo de sentimentos senão para consigo mesmo.
Deve assumir o seu desgosto e os seus medos, falando com pessoas que o podem ajudar, mas evite deixar transparecer esses sentimentos quando estiver com os seus filhos. Eles sabem que está a sofrer, mas também estão e vão sofrer ainda mais com isso. No caso de não conseguir ultrapassar a angústia, evite estar com eles mas mantenha o contacto.
Relação do pai divorciado com o filho
Mesmo separados dos filhos o pai divorciado pode ser a imagem do pai com que qualquer criança sonha. Mas não pense que eles apenas querem que lhes leve brinquedos caros. Um pouco da sua atenção e do seu tempo em exclusivo com eles tem mais importância do que a mais cara boneca ou o robô mais apetrechado.
A compra de presentes desenfreada apenas causa maior insegurança nas crianças que se apercebem que estão a ser compradas, o que as pode levar a rejeitar tudo ou a exigir cada vez mais.
No caso de morar perto dos seus filhos visite-os com a maior frequência que puder e leve-os a brincar, a jantar e a dormir pelo menos uma noite na sua casa.
Se está num local mais afastado, esteja presente sempre em espírito, enviando cassetes com a sua voz, com imagens do local onde está, cartas e postais divertidos e faça telefonemas regularmente.
Durante as conversas, nunca coloque a sua imagem como vítima e a da mãe como a opressora, porque isso apenas vai confundir as crianças. E evite as agressões verbais com a mãe das crianças na presença destas. A melhor arma é o silêncio, senão por si, pelos seus filhos.
Tempos livres com o filho
Para os entreter é importante ter uma lista de actividades a fazer ou arrisca-se a ficar sem ideias. Planeie tudo ao pormenor e não confie no improviso. Mas não caia na tentação de fazer um circo permanente. Eles precisam também de algum espaço e sossego. Para isso reserve-lhes um quarto e uma parte da sala como espaço que apenas a eles pertence.
Horário das visitas
No caso de ter um horário de visitas cumpra-o sempre, porque as crianças precisam dessa segurança e podem ficar muito abaladas se não cumpre com este pressuposto, deixando mesmo de confiar nas suas promessas.
As suas novas amigas podem gostar muito de crianças mas apresentá-las aos seus filhos pode ser traumático para eles, que se apercebem que está a tentar preencher o lugar da mãe. Guarde as apresentações para mais tarde.
O que os seus filhos mais querem depois do divórcio dos pais é manter a mesma relação consigo, senão ainda mais forte. Cabe-lhe a si não os desiludir.