Chamo-me Susana e tenho 27 anos. Quando eu e o meu marido decidimos ter um bébé, não imaginávamos o que iriamos passar.
Tudo correu dentro da normalidade até ao terceiro mês, até que tivemos o primeiro susto: o exame de despiste da trissomia 21 tinha dado positivo. Depois de uma amniocentese e três semanas de espera angustiante soubemos o resultado… estava tudo bem com o bebé… e era uma menina. Bom, o nome já estava escolhido e ia ser Mariana. Estávamos radiantes, e a minha barriga começava a crescer a olhos vistos. No entanto, a meio do sexto mês o segundo susto: comecei a inchar de uma maneira fora do normal e fui à minha médica, que detectou sintomas de pré-eclampsia.
Fui de urgência para o hospital, e ao fim de uma série de exames mandaram-me para casa e tive de ficar em repouso. Tinha de controlar a tensão arterial, mas esta não parava de subir, até que fui novamente para o hospital. Após mais exames e análises foi detectada uma doença que se chama Sindrome de Hellp ( a qual eu nunca tinha ouvido falar), ao que me apercebi na altura tratava-se de um estado de eclampsia com a agravante de ter os rins e o figado a ser atacados, bem como o nível de plaquetas a baixar. Disseram-me que iriam fazer uma cesariana porque a única maneira de me poder curar era retirar o bebé… estivesse ele bem ou não…
E então, no dia 21 de Abril nasceu a Mariana com 980 gr e 34 cm. Nem posso descrever o que senti na sala de parto porque quase que não a vi, e só pude estar com ela passados três dias pois estava nos cuidados intensivos. Dói muito vermos o nosso rebento tão pequenino, tão indefeso ligado a uma série de máquinas, com fios a percorrerem todo o corpo e com cateteres espetados nuns bracinhos que mais pareciam os meus dedos!
A minha menina esteve internada 2 meses e pelo meio teve infecções graves, duas anemias e várias intolerâncias ao leite, e a nossa vida era uma incógnita e uma angustia permanente, porque nunca sabiamos como a iamos encontrar quando chegássemos ao hospital.
Passados seis meses a minha pequenita tem 4.300 kg, mas é uma bebé muito esperta, muito atenta e acima de tudo muito forte e com saúde.
Realmente depois de tudo isto só temos de agradecer a toda a equipa que tratou dela e à Mariana por nos ter mostrado como alguém que nos parecia tão frágil era no fundo mais forte que nós, e por nos ter mostrado o verdadeiro significado da vida.
Ela é a minha Marianita, a minha pequena lutadora!!!