Chiquinha, a mexeriqueira de xique-xique que era um túmulo
Chiquinha, a mexeriqueira de xique-xique que era um túmulo

Vamos agora contar a história da Chiquinha, a mexeriqueira de xique-xique que era um túmulo.

Chiquinha, a mexeriqueira de xique-xique

Era uma vez velhota novidadeira, boateira, tagarela, dona Chiquinha que dizia que era um túmulo. O marido, seu Honório, era um homem sério, caladão, compenetrado.  Os dois viviam brigando por causa dos mexericos de dona Chiquinha.

– Ó Chiquinha — seu Honório dizia –, deixe de ser enxerida, linguaruda, fuxiqueira! Você vive espalhando novidades, diz-que-diz-que…

– Quem, eu? — ofendiasse dona Chiquinha. — Eu, não! Nunca que eu fui bisbilhoteira! Nunca contei segredo de ninguém! Em matéria de segredos eu sou um túmulo!

No outro dia era a mesma coisa:

– Mas Chiquinha de Deus! — seu Honório danava. — Como é que você foi contar a dona Gertrudes que o irmão dela disse a dona Mocinha que…

– Eu, Honório? Como é que você pode pensar que eu ia fazer uma coisa dessas? Eu já disse mais de um milhão de vezes… Eu sou um túmulo!

E tanto tretaram, e tanto brigaram que seu Honório resolveu montar uma armadilha pra dona Chiquinha.

Um dia ele trouxe pra casa uma trouxa muito bem amarradinha que ele escondeu no armário. Dentro da trouxa havia um ovo bem grande de perua.

À noite seu Honório esperou que dona Chiquinha pusesse seus papelotes, deitasse na cama e pegasse no sono.

Então ele trouxe o ovo pra cama e acordou dona Chiquinha aos gritos:

– Acorde, Chiquinha, olha o que me aconteceu!

– O que foi, o que foi, Honório?

– Chiquinha, Chiquinha, olhe só! Eu botei um ovo!

Dona Chiquinha ficou muito espantada.

Seu Honório preveniu:

– Veja lá, hen, Chiquinha. Não vá contar isso pra ninguém!

– Eu, Honório? Deus me livre! Eu sou incapaz de contar um segredo!

Eu sou túmulo…

– Já sei — interrompeu seu Honório. — Você é um túmulo!

De manhã, como todos os dias, seu Honório foi trabalhar. Dona Chiquinha, já se sabe! Correu pra casa da comadre pra fuxicar.

– Comadre, nem queira saber! — e contou tudinho pra comadre, com uma porção de detalhes, que era pra história ficar mais interessante. E naturalmente pediu à comadre o maior segredo. A comadre, dona Trudinha, respondeu:

– Mas é claro, Chiquinha, é claro que eu guardo segredo! Você pode confiar em mim! Eu sou um túmulo!

No que dona Chiquinha saiu, a comadre, já se sabe! Correu pra casa da irmã dela.
Assim, o dia todo, aquela história tão absurda foi contada de casa em casa, por toda a cidade.

E, quem conta um conto, aumenta um ponto…

Quando o coitado do seu Honório chegou em casa, à noite, havia uma multidão na porta dele. Ele até assustou, pensando que tivesse acontecido alguma coisa a sua mulher! Então ele encontrou um conhecido e perguntou o que havia.

– Pois você não sabe? Aí na sua rua tem um sujeito que bota ovos à noite. Dizem que só esta noite ele botou pra mais de três dúzias…

Seu Honório não sabia se ria ou se chorava.

De longe, ele viu dona Chiquinha, toda atrapalhada, tentando explicar o caso como ela podia…

Ele então resolveu ficar fora por uns tempos e deixar que a mulher se arranjasse como pudesse.

Quando ele voltou, dona Chiquinha nem tocou no assunto. E nunca mais dona Chiquinha saiu mexericando pelo Xique-Xique, e finalmente dona Chiquinha tornou a sua frase eu sou um túmulo uma verdade absoluta!

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2 Comentários

  1. Minha professora passo a atividade do livro e esta escrito uma palavra no livro embaralado e tinha que descobri a fase:Fofoqueira .E foi muito engraçado quando o seu Honório pegou um ovo de perua e muito engraçado kkkkkkk.Pois eu gostei da historia.E lembra Chiquinha era um túmulo

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