Uma das maiores ansiedades das futuras mães é a forma como vai decorrer o parto. Se bem que a taxa de grávidas que nada têm a temer seja cada vez mais alta, alguns problemas ainda se colocam, sendo um deles a apresentação pélvica.
A “apresentação” é a posição do feto dentro do útero. Cerca de 95% dos bebés encontram-se de cabeça para baixo no momento do nascimento, no que se chama de “apresentação cefálica” ou de vértice.
Em circunstâncias normais, por volta da 36ª semana, ocorre uma mudança de posição do feto, de forma a que no final do tempo este se apresente de cabeça para baixo.
Nos últimos meses de gravidez, a cavidade uterina tem uma forma ovóide e a parte superior apresenta mais espaço para os movimentos fetais. Através dos movimentos do feto e das contracções do útero, o bebé vai realizar a mudança de posição, de modo a adaptar-se melhor ao espaço que dispõe.
No entanto, certas particularidades do bebé, da bacia da mãe, do líquido amniótico ou da placenta, podem levar a uma falha neste movimento. É então que surgem as diferentes apresentações do bebé.
O diagnóstico é realizado através da palpação abdominal com as “manobras de Leopold” ou através do toque vaginal. A ecografia ou a radiografia são duas opções para utilizar quando a detecção da posição do bebé é dificultada por uma grande quantidade de líquido amniótico, no caso de obesidade da mãe, ou no estreito espaço de passagem do útero, entre outras.
Embora apenas 3 a 4% das gravidezes tenham uma apresentação pélvica, esta é a mais comuns entre as complicações que se apresentam. Acontece quando o bebé não “deu a volta” e preocupa os obstetras porque aumenta o risco de complicações. Ao feto pode causar traumatismos, baixo peso à nascença, atrasos de crescimento intra-uterino , hemorragias anomalias fetais, entre outras, e à mãe aumenta o período de trabalho de parto e os problemas causados pelas cesarianas a que é por vezes necessário recorrer.
O nascimento de um bebé “de pés” pode não trazer complicações de maior, mas pode necessitar de alguma ajuda externa, especialmente se os braços do bebé estão erguidos e se a cabeça fica retida, é necessário que sejam usadas as mãos do obstetra ou a aplicação do fórceps de Piper. É o chamado, popularmente, “parto a ferros”.
Noutros casos, o bebé pode ter uma “apresentação de face”, o que acontece em cerca de 1% das gravidezes, quando o feto se apresenta de cabeça para baixo, mas com o pescoço arqueado, de modo que a primeira parte a sair pela vagina é a face, contrariando a posição vulgar de queixo encostado ao pescoço. Normalmente é necessário recorrer à cesariana porque, nessa posição a cabeça do bebé não cabe no canal de nascimento.
Mais rara é a apresentação composta, que significa que existe mais de uma parte do bebé a tentar entrar no canal de nascimento ao mesmo tempo, o que pode acontecer se o bebé tiver os braços estendidos ao lado da cabeça.
No passado, estas complicações levavam à morte de muitas mães e dos nascituros, mas hoje em dia, com os avanços da medicina, as complicações, embora existam, são muito menores e os casos podem ser, na maioria das vezes, detectados antes do parto.