O cão coitadinho

Era um cão bem coitadinho
não tinha dono nem nada
por isso andava sozinho
cheio de medo e receio
a dormir pelo passeio
a passear pela estrada.

Eram meninos bandidos
que não tinham coração
que com pedras e com paus
batiam porque eram maus
no pobrezinho do cão.

Ele fugia, ladrava
em três patas coxeava
gania, o pobre – chorava
mas nunca, nunca mordia.

Pois aconteceu que um dia
estava o cãozinho deitado
quando um menino chegou.
Garoto mau e malvado
que logo, logo pensou: “ Atiro-lhe uma pedrada”.
Fez pontaria
atirou:
Ai pobrezinho do cão!
Querem ver que o matou!
Matou nada! O cão embora coitado
era mesmo um cão esperto.
Mal viu a pedra no ar
desviou… e a pedra foi
Lá vai ela
com força, bem tirada
partir sem querer o vidro
de uma janela fechada.

Veio a senhora p’rá rua e começou a gritar:
– Quem foi que partiu o vidro?
Agora quem vai pagar?

E o menino a tremer
cheio de medo
a chorar:
– Eu juro que foi sem querer.
Foi ao cão que eu atirei.
ao cão que eu quis atirar.
– E o cão fez-te algum mal?
Diz lá, então a verdade.
– Nunca me fez mal o cão.
Só atirei por maldade./

A senhora o que é que fez
pois tinha bom coração…
– Tu pareces bom rapaz
não te vou então queixar
mas vais-me pagar o vidro
que acabaste de quebrar.
– Mas eu não tenho dinheiro…
– Pois não
mas tens restos de comida
p`ra dar de comer ao cão.

E foi assim que um cão
bem coitadinho e sem nada
agora tem um amigo
que não lhe deixa bater
nem gosta de o ver sozinho
a passear pela estrada.

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