O fogo e o vento

Estava o fogo sossegado a descansar num brasa quando o vento veio e disse:

– Vamos dar uma voltinha. Vamos lá sair de casa.

A brasa pôs-se a pensar e quase, quase apagou mas logo saltou no ar e foi assim que falou:

– Se eu saio daqui contigo tu a assoprar, eu a arder vamos ter um grande incêndio.

– E eu quero lá saber? Porque é que não te apagaram antes de irem dormir? Porque é, então que deixaram o eu fogo a reluzir.

– Foi a Julinha, coitada que estava muito cansada e se esqueceu de apagar…

– Pois quem esquece merece um incêndio de assustar. Que é p’rá aprender estás a ver? Eu assopro, tu acendes. Atenção: vou começar…

O fogo dizia não escondidinho na brasa para ver se não pegava. O vento dizia assim: “incendiemos a casa.” Assoprava e assoprava e já o fogo crescia e já o fogo subia e o vento não parava.

O que vai acontecer se a estória continua?

Chamamos a mãe da Júlia ou vamos gritar p’rá rua? Vamos buscar baldes d’água ou chamamos os bombeiros para nos vir ajudar? E uma estória molhada com tanta água a correr ficam como as suas letras como é que a gente as vai ler?

Não senhor, não é preciso!

A Júlia, mesmo cansada é menina de juízo não tinha nada esquecido…

Afinal?! Estava a trabalhar ainda recolhendo a roupa toda que tinha no seu quintal. Passou então na cozinha viu como o vento assoprava, viu como o fogo crescia num logo o lume apagou apesar da ventania.

E o vento sem companhia, vento mau, vento malvado, fugiu pela chaminé. Foi assoprar noutro lado corrido, muito zangado por não ter incendiado a casa desta menina que apesar de pequenina ainda estava a trabalhar ainda estava de pé.

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