A simbologia dos erros na educação infantil

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Para os pais é difícil distinguir aquilo que está correto do que está errado na educação infantil. Cometer erros é humano, mas os pais têm sempre a ideia que devem ser perfeitos.

Age-se de uma determinada forma e certos de que se está a fazer o melhor para eles. Mais tarde, depara-se com cenários estranhos para os quais julgou não contribuir ou, pelo menos, não era a sua intenção. Pais, professores e educadores andam às voltas, todos os dias e a cada instante, com o problema do vocábulo “Erro” e das suas consequências.

“O que se deve” e “O que não se deve fazer” está na base deste dilema na educação infantil.

O problema dos pais e educadores é aprenderem a confrontar-se com os seus erros e conseguirem assumi-los. Outro problema é visualizarem os erros das crianças que só são cometidos, segundo o seu entender, por causa da sua precária educação. Primeiro há que saber distinguir quais são os erros pelos quais são responsáveis, e depois é importante conseguir aceitá-los tal como se lhes apresentam.

Não se pode esquecer que até se atingir o sucesso, seja em que área for e incluindo a educacional, é necessário passar por determinados acidentes de percurso para só depois se alcançar o êxito. Por exemplo, no rendimento escolar a única prova que temos da insuficiência do aluno são os erros que o mesmo revela, mas isso não implica que a criança não esteja no caminho correcto. O que ela precisa é aplicar-se mais para alcançar os seus objectivos futuros.

Para os pais, os erros revelam uma frustação na componente educativa. Sentem que não desempenharam bem o seu papel e que jamais conseguirão fazer com que os seus filhos sejam como eles sonharam. Todavia, as crianças ao se depararem com o erro têm tendência a sentirem-se inferiores e com um baixo grau de auto estima. O problema é que as pessoas foram educadas pela sociedade sempre com o espírito de vitória e, ao mínimo deslize, têm tendência a julgar a sua pessoa. Este tipo de sentimento é passado de pais para filhos, e as crianças sentem-no na escola e em todos os locais que frequentam.

Sentimentos como este, dão demasiada taxa de fragilidade aos pais e, sucessivamente, às crianças. Se, as crianças erram uma vez, os pais devem perceber que isso faz parte do seu crescimento e que não se pode exigir a uma criança que faça as coisas sob a vertente da perfeição. O valor de cada pessoa está intrínseco nela mesmo e, mais experiência menos experiência, o valor tenderá a vir ao de cima na sua forma mais plena. Na aprendizagem da sociedade, dos valores, leis e regras, as experiências acabam sempre por fortalecer a personalidade. Em fase de crescimento, as crianças assimilam muito mais do que possa imaginar e um pormenor pode ser para elas uma lei a seguir.

O indispensável é que conheça bem a forma como há-de agir com o seu filho, não o diminuindo só porque errou, nem fazendo com que ele se sinta um perdedor. Quando os pais erram também não devem, de maneira alguma, auto culpar-se por algo que nem dependeu de si. Apenas porque implicou o seu filho, os pais julgam que devem de imediato assumir as culpas e penalizam-se por isso, o que é errado.

Aprenda de uma vez a relacionar-se com os erros, seus e dos seus filhos, porque é algo comum a todos e que serve como um caminho de aprendizagem para novos e menos novos. Não se esqueça que a sua leitura do vocábulo “Erro”  condicionará também a visão do seu filho a esta palavra portanto, não se deixe vencer pelos deslizes da educação infantil!

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