Modelo de educação: os filhos imitam os pais

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Filhos imitam atitudes dos pais

Os adultos ensinam às suas crianças que é muito “feio” interromper a conversa das pessoas para falar, muitas vezes, coisas que para eles é sem importância.

No entanto, não percebem o quanto pode ser fundamental naquele momento a criança ser atendida, o quanto esse bloqueio poderá causar frustração. Logo, não percebem que já adultos fazem o mesmo. Tratam de fazer exatamente o que é para as crianças proibido por eles.

Esses adultos, ainda que não se dê conta, estão servindo de exemplos a seus filhos e continuam a falhar, mesmo que estas falhas contradigam as regras impostas aos “pequenos”. Sabemos o quanto é humano cometer um erro, porém, os adultos devem estar conscientes de que querendo ou não, são modelos para as crianças e precisam agir desta forma. Necessitam de um tempo para formularem os conceitos que pretenderão passar para esta criança em crescimento.

Todas as crianças possuem sentimentos, e estes, quando reprimidos ou ignorados, fazem com que a criança de alguma forma, se revele um ser diferente daquele que os adultos esperavam. Assim como a criança não estava preparada para fazer o silêncio de seus sentimentos, igualmente as expectativas dos adultos são frustradas.

Muitas vezes ouvem-se os pais a falar do mau comportamento dos filhos, queixam-se das crianças que crescem e continuam a ser as mesmas, cometendo os mesmos actos que foram aprendidos na infância. Mas pouco sabem estes pais, que o motivo que as fizeram permanecer desta forma, foi a indiferença transmitida quando estavam à procura nos seus pais de um modelo ideal, uma formação da sua personalidade. Tarde demais para moldar alguém que já aprendeu a encontrar erros, já se adaptou com factos como a mentira.

Por isso, ao relacionar-se com uma criança é extremamente importante deixá-la falar, rir, conversar sobre os seus sentimentos e vontades, brincar, pular, cantar, gritar, e por que não “bagunçar” de vez em quando? Você um dia já foi criança e sabe como foi importante receber atenção, carinho, compreensão e um pouco de liberdade nas brincadeiras. Não se lembra? Então pode perguntar a qualquer criança se ela não gosta de sujar as mãos na tinta, pular em cima da cama do papá e da mamã, assistir ao seu desenho preferido pela décima vez no momento que desejar e claro, tudo bem juntinho dos seus pais.

Não se assuste ao ouvir de algumas delas confidências sobre brincadeiras e formas que gostariam de agir se seus pais permitissem e dispusessem de tempo. É que hoje em dia, os pais estão tão ocupados com o seu trabalho e contas para pagar que acabam por esquecer de vez em quando de extrapolar numa brincadeira com o filho.

É lógico que todas as crianças precisam de limites, disso ninguém tem dúvida, mas todo o limite precisa de ser estabelecido num acordo com a criança. Assim, ela entenderá melhor e saberá respeitar estes limites, pois é muito mais fácil para ela aceitar uma regra como sendo sua.

E com o tempo, esta criança saberá distinguir, o que muitas vezes nos passa despercebido. Talvez por termos sido controlados na infância, ou por sermos tratados com indiferença, ou ainda quem sabe, por estarmos a ter com os nossos filhos justamente o mesmo comportamento que nos foi ensinado.

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