A primeira palavra do bebé
A primeira palavra do bebé

‘Ma…mã’! Quando a minha filha disse esta palavra pela primeira vez pensei que ia terminar com a minha fama de pessoa ponderada e racional, entregando-me a uma chuva torrencial de lágrimas babadas!

Felizmente, consegui conter-me e adiar a ‘tempestade’ para quando me encontrava em terreno seguro! O certo é que, tendo ou não sido impulsionada pela ‘teoria da imitação e da repetição’, quando a minha filha me chamou pela primeira vez, senti que o meu papel de mãe estava finalmente formalizado!

A primeira palavra do bebé

A Mafalda ainda era muito pequena quando disse as suas primeiras palavras sendo que a “mamã”, seguiu-se “papá” e logo de imediato “papa” (escusado será dizer que, a partir daqui, todos insistiram em atormentar a menina para que ela aprendesse a dizer “avô”, “avó” e palavras afins)!

Depois da palavra ‘tau-tau’, que ela dizia com um ar atrevido sempre que sabia estar a fazer algum disparate, a Mafalda iniciou-se no ‘pão’, ‘pópó’, ‘caca’, ‘cão’, entre outros. Depressa a minha menina era já capaz de se exprimir em relação a algumas coisas, ainda que muitas delas apenas fossem percebidas por mim, pelo pai e pelos avós.

Esta evolução da Mafalda, que não é mais que a evolução normal de qualquer bebé, oferece-me uma felicidade sem limites, mas acompanhada de uma nostalgia inexplicável. É que com cada palavra nova, com cada nova expressão, percebo também que os 13 meses de vida da Mafalda passaram a correr, sem que eu sequer tivesse tomado consciência real disso.

Dou por mim, vezes sem conta, a observá-la de longe, de olhar embevecido e sorriso rendido, a pensar que a minha filha cresceu de uma forma estrondosa e que já não é a recém-nascida que há tão pouco tempo eu ainda aninhava nos meus braços para mamar.

E é nestes momentos que eu finalmente compreendo quando a minha mãe me dizia que, apesar da minha idade, ainda me continuava a ver como a bebé que tinha nascido num quente dia de Verão. Porque o tempo passa tão depressa que de facto parece impossível que os nossos filhos tenham tido a audácia de acompanhar a evolução do calendário sem nos pedir permissão!

Ser mãe foi a melhor coisa que já me aconteceu na vida e, apesar da Mafalda ainda ser bastante pequena, encontro-me a pouco tempo de experimentar pela segunda vez o milagre da maternidade.

E tenho a certeza de que, quando ficar grávida pela segunda vez também, vou voltar a entregar-me de corpo e alma àquele ser pequenino e indefeso que se vai entregar nos meus braços, com a sensação de que os ponteiros do relógio correm a velocidade cruzeiro sem que eu tenha sequer tempo de conseguir experimentar todas as virtudes que as minhas filhas têm para me oferecer.

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