Conto do João Pateta

Há muito, muito tempo havia um menino chamado João que vivia com a sua mãe numa pequena cabana na floresta…

Como eram muito pobres, a mãe do João tinha de trabalhar muito: eram horas e horas a costurar e a remendar roupa. E o João o que fazia? Nada!

Durante o Inverno, era vê-lo sentado em frente ao quentinho da lareira. Já no Verão, o que ele gostava era de se sentar lá fora, no jardim, a apanhar Sol na cara. E era assim que ele passava os dias… Mas, certa vez, a mãe disse-lhe:

Quem não trabuca, não manduca! Tens de começar a trabalhar, João!
E lá foi ele… O primeiro emprego que o João arranjou foi em casa de um lavrador, que lhe deu uma moeda por um dia de trabalho no campo.

João colheu o trigo, levou as vacas a passear e ainda deu de beber aos animais da quinta. O lavrador, muito satisfeito, deu-lhe a recompensa prometida. Só que, já a caminho de casa, João tropeça e deixa cair a sua moeda num pequeno ribeiro. Como é que ele ia contar à mãe o que lhe tinha acontecido?

És um tonto, João! Um cabeça no ar! Então porque é que não guardaste a moeda no bolso? Prometo que da próxima vez o faço, mãe…

No dia seguinte, João foi contratado por outro lavrador para levar o rebanho a pastar às montanhas. E assim foi…
Só que agora, em vez de receber uma moeda, João ganhou um grande jarro de leite fresco, acabadinho de sair da vaca.

Mas onde é que ele ía levar o jarro de leite? Já sei, no bolso… E lá foi ele para casa. Mas, há medida que ia andando, o leite ia caindo no chão.

Resultado: o João chegou a casa sem leite nenhum para dar à mãe. Esta ficou espantada: Então não sabias que devias trazer o leite à cabeça?

Prometo que da próxima vez o faço, mãe…
Mais um dia de trabalho e mais uma recompensa: desta vez foi um queijo amanteigado.
Tal como a sua mãe lhe tinha indicado, João decide levar o queijo na cabeça.

Só que, com o calor, o queijo acabou por derreter… Mas João, porque é que não trouxeste o queijo na mão? Prometo que da próxima vez o faço, mãe…

No dia seguinte, João vai ajudar o padeiro da aldeia a preparar o pão. E o que recebe em troca?
Um belo gato… Todo contente, João segura o animal entre as mãos e aí vão eles a caminho de casa. Mas, como o gato era muito irrequieto, este acaba por saltar-lhe das mãos e fugir.

João ainda correu atrás dele, mas o gato era muito mais esperto e escondeu-se entre o mato.
A mãe nem queria acreditar… Sabes o que é que devias ter feito? Devias tê-lo atado com um cordel e arrastado atrás de ti.

Prometo que da próxima vez o faço, mãe…
O talho foi o sítio que escolheu para trabalhar no dia seguinte…
Depois de uma manhã de trabalho, João recebeu um belo e saboroso presunto.

Como é que eu o levo para casa? Atado com um cordel e arrastado atrás de mim, pensou…
Claro que quando chegou a casa o presunto já estava cheio de pó e ninguém o podia comer… João, o presunto é para carregar às costas!

Prometo que da próxima vez o faço, mãe…
Depois de uma noite descansada, João vai trabalhar para casa do pastor. Um burro é o que recebe como recompensa.
Apesar de ser muito pesado, João não desiste de seguir os conselhos da mãe e leva o animal às costas.

A caminho de casa, o rapaz passou pela casa de um homem muito rico. Este tinha uma filha muito bonita, a Maria, mas que tinha um problema: ninguém a conseguia fazer rir!
Por isso, o pai tinha prometido que quem fizesse rir a sua filha, iria casar com ela.
E foi isso que aconteceu…

Muito aborrecida, Maria estava à janela quando viu este espectáculo; um rapaz, muito encarnado, a carregar um burro às costas.

E, de repente, uma enorme gargalhada encheu a grande casa. Todos vieram ver o que se estava a passar… Passado uma semana, João e Maria casaram e passaram a viver, felizes para sempre, na mansão do pai de Maria. E o João nunca mais teve de trabalhar…

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